O PONTO FIXO

Comemorativa aos 251 anos de Porto Alegre a exposição reúne obras de 27 artistas que compõem uma das coleções municipais de arte, a Pinacoteca Ruben Berta. Ocorre, interligada e em paralelo, à mostra “A Pinacoteca Aldo Locatelli - Coordenadas variáveis”, no Paço dos Açorianos. Ambas as exposições abordam os perfis distintos das coleções da Prefeitura de Porto Alegre, a partir de temas em comum.
A mostra “A Pinacoteca Ruben Berta - o ponto fixo” aborda características de algumas peças da coleção criada entre 1964 e 1969 dentre as iniciativas de museus regionais idealizados por Assis Chateaubriand, a qual, em 1971, foi doada à Prefeitura de Porto Alegre. Desde 2013, com o restauro do edifício histórico da Rua Duque de Caxias para fins museológicos, o prédio foi destinado a ser a sede da Pinacoteca Ruben Berta. Sua denominação homenageia o lendário presidente da VARIG, personagem ligado à Assis Chateaubriand.
Diferente da Pinacoteca Aldo Locatelli, a Pinacoteca Ruben Berta é um acervo fechado, ou seja, há uma quantidade fixa de obras de arte, no caso, 125 peças de autoria de importantes artistas nacionais e estrangeiros, entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, que integram o conjunto doado à Prefeitura de Porto Alegre, em 1971.
Entre as possíveis abordagens para uma mostra, o curador José Francisco Alves propôs trazer à público uma seleção de obras com viés cartográfico. Há trabalhos em sentido iconográfico que retratam situações e lugares específicos, ou seja, paisagens (pinturas, desenhos e gravuras), as quais representam situações e locais reais ou imaginários, alguns dos quais se utilizam de índices cartográficos (mapas), bem como de condições congêneres.
Assim, serão apresentadas paisagens da Europa e do Brasil, bem como paisagens imaginárias, invenções geométricas ou mesmo surreais. Por ser uma coleção nacional, há artistas de várias origens, inclusive estrangeiros, adquiridos em razão do sistema idealizado por Assis Chateaubriand. Entre os trabalhos, aquela que talvez seja a obra de arte mais antiga em alguma coleção do Rio Grande do Sul, a pintura “O Rejalma”, do holandês Jeronymus van Diest (1631- ca.1687), realizada em 1673, retrata galeões holandeses em rumo às conquistas e explorações marítimas.
Entre outras obras, peças de autoria de nomes basilares da História da Arte brasileira, como Pedro Américo, Eliseu Visconti, Batista da Costa, Benedito Calixto, Mário Gruber e Lasar Segall. Entre os artistas que desenvolveram suas carreiras no Rio Grande do Sul despontam Stockinger, Glênio Bianchetti e Angelo Guido.

visitação de 22 de março a 16 de junho de 2023