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SOBREPOA

 

A exposição “SobrePOA” foi pensada com a intenção de falar sobre os 247 anos de Porto Alegre. Sabe-se que qualquer narrativa sobre efemérides é uma questão de ponto de vista. A base sobre a qual se constituiu a exposição é uma série de vinte fotografias atribuídas ao italiano Luiz Terragno (1831-1891), considerado o primeiro fotógrafo retratista de Porto Alegre e condecorado pelo Imperador Dom Pedro II como fotógrafo imperial.

As imagens foram obtidas a partir de um ponto de vista inusitado: as torres da antiga Catedral, no mesmo local da atual. Esta perspectiva também conhecida como “vôo de pássaro”, por ser vista como uma espécie de sobrevôo, com a capacidade de mostrar imagens detalhadas, fornece vistas panorâmicas da capital gaúcha entre 1865 e a década de 1870, antes de a mesma ter completado cem anos. As fotografias pertencem ao acervo Benno Mentz, abrigado no Instituto Delfos da PUC-RS.

O projeto “SobrePOA” propõe estabelecer um diálogo entre as fotografias do “fotógrafo imperial” com obras do acervo da Pinacoteca Aldo Locatelli. Estas carregam vistas de Porto Alegre do século XIX até o século XX e chamam a atenção em alguns casos para um fenômeno que vai caracterizar as cidades, e não era apreendido pelos fotógrafos locais no século retrasado, que é a presença da multidão. Em pinturas de Angelo Guido e de José de Francesco, diversos ângulos da Cidade são plasmados sob o ritmo de pessoas e meios de transporte, mostrando que a condição urbana é entendida também pelo movimento.

Assim como ocorre nas fotografias expostas, não passou despercebida pelos artistas locais e estrangeiros visitantes a determinante relação de Porto Alegre com as águas. Em 1899, por exemplo, o alemão Otto Dinger, pinta “As lavadeiras na Praia do Riacho”, um panorama do litoral sul da Cidade próximo a foz do Arroio Dilúvio. As lavadeiras dispostas no primeiro plano imediatamente conferem o tom humanizado à paisagem, além de se tratar de uma raríssima representação pictórica de um elemento popular no século XIX.

Por fim, a exposição apresenta uma retomada do ponto de vista de onde Terragno produziu suas fotografias com a exibição de imagens colhidas pelos fotógrafos da Unidade de Imagem do Gabinete de Comunicação Social da Prefeitura. Os profissionais se valeram das tecnologias contemporâneas como máquinas digitais e drones – refazendo, 150 anos depois da mostra original, a panorâmica do Centro Histórico com a mesma perspectiva aérea do “vôo de pássaro” e também retomando as vistas em 360º da Cidade a partir das torres da Catedral Metropolitana.

Curadoria Equipe Acervo

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